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segunda-feira, 26 de março de 2012

Domingo de Ramos da Paixão do Senhor

     Em Jerusalém, no século IV, lia-se neste Domingo e no lugar do acontecimento a perícope do Evangelho que refere a entrada apoteótica do Salvador na cidade santa, aclamado pelas turbas Rei de Israel. Depois um Bispo montado num jumento, ia do monte das Oliveiras à Igreja da Ressurreição, cercado pelo povo empunhando palmas e cantando hinos e antífonas.
     Esta cerimônia era precedida da leitura do passo do Êxodo que relata a saída do Egito, naquele ponto que nos descreve o povo de Deus acampando debaixo das palmeiras à beira das doze fontes escutando de Moisés a promessa do maná. Neste passo os cristãos reconheciam figurado o triunfo de Cristo que viera resgatar as almas do cativeiro do pecado, conduzindo-as às fontes do batismo e alimentando-as com o maná eucarístico.
     A Igreja de Roma adotou este costume cerca do século IX e ajuntou-lhe a bênção dos Ramos, que deu à este Domingo o nome de Páscoa florida.
     O conjunto da cerimônia, com as orações, as leituras, Evangelho e Prefácio tem qualquer coisa de semelhante à primeira parte da Missa.
     A bênção como tal possui um significado simbólico, convenientemente expresso nos belos textos das orações e do Prefácio.
     O cortejo de cristãos que todos os anos, de palmas na mão e o hosana nos lábios, aclama, no mundo inteiro, a realeza de Cristo, é composto de catecúmenos, de penitentes e de fiéis que os sacramentos do batismo, da Eucaristia e da penitência hão de associar ao glorioso triunfador.
     "Considerando, pois, à luz da fé, esse fato e o significado, nós Vos suplicamos, eterno Deus, que este povo cumpra interiormente o que faz exteriormente, alcançando a vitória sobre o demônio." É o que significa a procissão parando à porta da Igreja. Alguns cantores entram no templo e alternam com os de fora; de um lado, da parte de dentro, o "coro dos anjos" e de fora os soldados de Cristo envolvidos ainda no combate da vida mortal e aclamando com gritos de sangue o Rei da Glória. Mas em breve, a porta ferida três vezes pelo Subdiácono com a haste da cruz, abres-se de par em par e os fiéis e o clero penetram no templo, figura do outro templo, mais belo e maior, cuja porta também se nos há de abrir ferida pela Cruz do Redentor.
     Guardemos religiosamente em nossas casas um destes ramos bentos. Lembrar-nos-á a vitória que o Senhor nos alcançou e nos dará coragem para lutarmos com mais valor e confiança sob o estandarte de tão grande Rei.


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